sábado, 16 de fevereiro de 2008

Meditações

Hoje, resolveram me acordar cedo. Recebi um telefonema de madrugada, uma amiga sofreu um acidente, nada grave, mas tive de resolver um problema às 4h da madrugada. Quando tentei voltar a dormir, inevitávelmente não consegui de imediato, o que me fez ter de relaxar. E quando minha mente está muito acelerada/confusa eu tento meditar. Eu disse tento, por que esta mente ocidental-cristã está demasiadamente acostumada com o caos. É difícil parar. A meditação de certa forma lhe força a esvaziar-se. E isto não é fácil para quem enxerga(mesmo que inconscientemente) o estado de vigília da mente como um estado "natural".

Não sou um especialista sobre o assunto(estou bem longe disso); mas sento na posição mais confortável(em semi-lótus normalmente), tento relaxar o corpo. No início é complicado, por que o corpo não relaxa, uso a técnica de "perceber" minha respiração(foi a técnica mais adequada que consegui encontrar até hoje), e fico com os olhos semi-abertos ou fechados(seguindo algumas técnicas sufi). Um bom caminho, é respirar profundamente e naturalmente, perceber o descompasso(ou compasso) da respiração, esvaziar o pensamento(esta é a parte mais difícil) e relaxar os músculos sempre no movimento de expiração. As costas começam a doer de imediato, o corpo tenta se ajeitar, mas é na verdade a mente que dá as cartas no jogo. Após os primeiro minutos de desconforto inicial, em que os pensamentos começam a fluir aceleradamente(e que a mente reluta a aceitar o encontro ao vazio interior), o corpo começa a relaxar. Os músculos se desenrijecem, a mente se aquieta mais(alguns entoam mantras para facilitar - não é meu caso).

Há um momento de paz interior que começa a se delinear; é claro que nunca fui tão longe, minha mente está totalmente condicionada ao barulho, a profusão de pensamentos: como toda mente sob o signo da era moderna, presa nas expectativas do futuro e nos fatos do passado.

Mas há um momento interessante, em que o corpo relaxa mais profundamente, a mente desacelera... Sinto até uma tontura, quando vou mais longe, sinto-me fora daquele espaço físico, a mente gira, é uma sensação interessante.

Após, estou completamente relaxado e consigo dormir com mais facilidade. Não chega a ser uma experiência mística, mas é um calmante natural, que todos nós poderíamos desenvolver se para isso nos dedicássemos. Evitaríamos prozaks, fluoexitinas, e outros ansiolíticos e remédios produzidos pelas indústria$ da "felicidade".


2 comentários:

Anônimo disse...

E aí Mr. Durden, cara, eu tive uma experiência quase igual essa sua descrita, mas parei logo, fiquei assutado, com medo, sei lá... É muita coisa demais pra minha mente ocidental-cristã...

Anônimo disse...

Não se conseguiria também...
não consigo nem imaginar me esvaziando, não deve ser facil a não-ação o não-pensamento...