Sereno, ele sabia que não podia vacilar. Esquecer aquela mochila foi a coisa mais estúpida que ela já tinha feito em todos os anos que trabalhou para a "firma". Trabalhar como mula não é algo fácil, os riscos são altos demais, mas a grana compensa, além disso, se você souber disfarçar sua capacidade de consumo, conseguirá ir bem longe na profissão.
Ele nunca tinha sido pego, uma vez encarou uma blitz, mas com documentos certos e uma frieza ímpar tudo ficara resolvido. Por isso era um dos melhores. E melhores não erram.
Mas ele errou. Alguém, algum filho da p#$@, conseguiu pegar a mercadoria antes de mim, se eu não encontrá-la antes das 18h ficarei jurado de morte. Se não encontrá-la até as 22h, é bom providenciar uma passagem pra bem longe, talvez pro Uruguai, ou pra Costa Rica. Nesta vida, ninguém esquece. Eles não vão esquecer. Ninguém confia em ninguém nesse meio. A palavra só vale quando o compromisso é cumprido. No seu caso, o compromisso poderia estar no fundo do rio ou nas mãos de algum amador ambicioso.
Voltaria para a rodoviária, foi lá que tudo começou. Contaria seus passos. Imaginaria todo o processo. Talvez alguém tivesse pego o pacote por engano.
Resolveu ligar para Pablo, não estava, deixou recado, pegou um táxi. Entrou em casa correndo. A casa estava toda revirada. Merda.
Sai dái seu imbecil. Foge.
Saiu apressado, esbarrou com o porteiro. Sai da minha frente!!!
Corre cara, corre. Correu. Pegou o primeiro ônibus, as pessoas estranharam seu comportamento.
Resolveu descer perto do shopping, procuraria Pablo, Pablo tem a resposta.
Ligou para o celular dessa vez.
- Pablo? Pablo.
Esta não era sua voz.
- Dieguito, mataremos toda a p#$%@ da tua família e desse teu amigo filho da p$#@ se você não nos entregar a merda da mercadoria! Compreendeu cábron?
Mesmo se quisesse dizer algo, mesmo se tivesse tempo, mesmo se tivesse pensado em algo, não daria, de qualquer forma, não daria. O telefone desligou. Resolveu pegar um táxi.
Encontraria Pablo na casa de Rose. Era o melhor lugar para se esconder.
Em cinco minutos estava lá. Bateu, Rose não atendeu, parecia não ter ninguém em casa. Deu a volta nos fundos e encontrou Pablo com uma pistola alemã em uma das mãos. O que houve?
O que houve cara$#@!! Os filhos da mãe chegaram mais cedo.
Mercedita está morta. Juan também, vou para o Brasil amanhã, não há mais como ficar aqui. Te aconselho a fazer o mesmo. O apartamento foi revirado.
Eu sei, eu vi merda!
Se tu quiser pode pegar umas roupas minhas que estão na Rose, parte amanhã comigo, eu te dou uma carona.
Pablo, não estou entendendo! O que houve afinal, por que os caras partiram pra cima de nós desse jeito!
Não sei também, mas vou descobrir. Talvez o González tenha falado merda. Me segue.
Foi na frente, entrou no quarto que Pablo indicara, deparou-se com o espelho, e a imagem deu lugar a um misto de frustração, arrependimento e indignação.
Pablo, pablito, su pablito, apontando a arma para seus pulmões...
Morreu com três tiros... um na nuca...
Ele nunca tinha sido pego, uma vez encarou uma blitz, mas com documentos certos e uma frieza ímpar tudo ficara resolvido. Por isso era um dos melhores. E melhores não erram.
Mas ele errou. Alguém, algum filho da p#$@, conseguiu pegar a mercadoria antes de mim, se eu não encontrá-la antes das 18h ficarei jurado de morte. Se não encontrá-la até as 22h, é bom providenciar uma passagem pra bem longe, talvez pro Uruguai, ou pra Costa Rica. Nesta vida, ninguém esquece. Eles não vão esquecer. Ninguém confia em ninguém nesse meio. A palavra só vale quando o compromisso é cumprido. No seu caso, o compromisso poderia estar no fundo do rio ou nas mãos de algum amador ambicioso.
Voltaria para a rodoviária, foi lá que tudo começou. Contaria seus passos. Imaginaria todo o processo. Talvez alguém tivesse pego o pacote por engano.
Resolveu ligar para Pablo, não estava, deixou recado, pegou um táxi. Entrou em casa correndo. A casa estava toda revirada. Merda.
Sai dái seu imbecil. Foge.
Saiu apressado, esbarrou com o porteiro. Sai da minha frente!!!
Corre cara, corre. Correu. Pegou o primeiro ônibus, as pessoas estranharam seu comportamento.
Resolveu descer perto do shopping, procuraria Pablo, Pablo tem a resposta.
Ligou para o celular dessa vez.
- Pablo? Pablo.
Esta não era sua voz.
- Dieguito, mataremos toda a p#$%@ da tua família e desse teu amigo filho da p$#@ se você não nos entregar a merda da mercadoria! Compreendeu cábron?
Mesmo se quisesse dizer algo, mesmo se tivesse tempo, mesmo se tivesse pensado em algo, não daria, de qualquer forma, não daria. O telefone desligou. Resolveu pegar um táxi.
Encontraria Pablo na casa de Rose. Era o melhor lugar para se esconder.
Em cinco minutos estava lá. Bateu, Rose não atendeu, parecia não ter ninguém em casa. Deu a volta nos fundos e encontrou Pablo com uma pistola alemã em uma das mãos. O que houve?
O que houve cara$#@!! Os filhos da mãe chegaram mais cedo.
Mercedita está morta. Juan também, vou para o Brasil amanhã, não há mais como ficar aqui. Te aconselho a fazer o mesmo. O apartamento foi revirado.
Eu sei, eu vi merda!
Se tu quiser pode pegar umas roupas minhas que estão na Rose, parte amanhã comigo, eu te dou uma carona.
Pablo, não estou entendendo! O que houve afinal, por que os caras partiram pra cima de nós desse jeito!
Não sei também, mas vou descobrir. Talvez o González tenha falado merda. Me segue.
Foi na frente, entrou no quarto que Pablo indicara, deparou-se com o espelho, e a imagem deu lugar a um misto de frustração, arrependimento e indignação.
Pablo, pablito, su pablito, apontando a arma para seus pulmões...
Morreu com três tiros... um na nuca...
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