quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Deixa-me, Deixa-nos

Vai, deixa eu jogar tudo pra fora
Vomitar minhas letras pútridas
Em cima do conforto cínico dos contentes
Caminhar por entre os trilhos firmes
De velhos expoentes

Deixa eu cair por entre as fendas da vida, escorregar
Fazer sorrir e chorar, sem me aproveitar do torpe presente

Deixa eu me aquietecer escondido por aí
Deixa eu me livrar da tua rotina insensível rotina
Deixa eu me entristecer no fio da palavra
Esconder-me no não me cala!
No não me puna!
No não me falha
Dessa gente que não cansa!


Deixa eu soltar palavrões
Eufemizados por vãs expressões
Até que me partam os princípios
Nos instantes insípidos...

Deixa eu partir como sem memória
Traído por um momento de glória
Enrijecido por tristes histórias
De um alguém que já não sabe mais
Onde plantar suas tristes vitórias

Deixe-me acreditar na utopia
Palavra forte que me guia
Que me aquece, que me afia

Deixa eu me largar por entre os becos
Da vida parida; parida entre os dentes
De um sorriso amarelo

Deixa-me sonhar com o que não vem
Deixa-me flutuar com quem nada têm

Para trilhar sonhos puros, coletivos
Derrubar os falsos muros

E guiar a estrela vívida
De uma nova sociedade

Rumo ao encantamento
Rumo ao destino
Rumo à inexorável esperança
De alguéns que sonham juntos
Com a liberdade

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