Quando situava-se no centro do furacão algo o impelia para as bordas, como um Furão, ou um Guaximin, apesar de achar qualquer semelhança com a natureza selvagem extremamente simplista. E simplismo era um refúgio de gente fudida, fudida e feliz. Então resolveu escrever tudo. E aí resolveu voltar no que tinha escrito e rechear tudo aquilo com o que despertava e trazia à tona os tabus.
Algo o impelia a repensar e ver em toda a situação mal explorada uma oportunidade.
Uma oportunidade para uma tragédia, uma deliciosa tragédia dionisíaca, regada à cinco ou seis guimbas de cigarro, a cinco ou seis reflexões sobre o que fazer com aquele caso passageiro, ou como montar um manual que ensinasse a abandonar aquele amor platônico em cinco, no máximo seis semanas; apesar do quê, três ou quatro semanas eram uma regra de campeão.
Escrevia melhor quando não tinha regras, quando cuspia nas normas, quando esquecia seus censores ocultos, que caminhavam e lhe convidam para festas, corações felizes que lhe encontravam no cotidiano da aula, no cotidiano da sala de estar, os censores no falso mezzanino do consultório médico, o cabaré acadêmico ou a igreja dos contras.
Quando pensava que escrevia apenas para si, e que ninguém além dele próprio iria ler os absurdos, aí sim, o novo surgia, o ousado brotava. E algumas pessoas, egocêntricas como de costume, achavam que poderiam descortinar vinte e cinco anos de segredo com uma lida casual... bobagens! Irônicos! Como um míssil de cinquenta milhões atravessando um país pobre no sul da África Meridional! Irônico.
Estava tudo ao alcance das decisões. Mas há um caminho irriquieto e sinuoso entre a decisão e a ação. Agir era sempre mais barato, mais rápido, mais fácil. Comprar café custava oitenta centavos! Mas puxar assunto com a ruiva do lado direito do balcão! Ah! Isto custava muito mais caro... muito mais...
Decidir envolve mobilizar. Mobilizar todos os músculos e vontades, dobrar a consciência, obrigar o corpo. E isto requer contingência, requer uma concordância cínica de todas as partes de si próprio, e concordância requer diálogo. E isto não era fácil! Um diálogo que está subordinado aos controles históricos, aos domínios e apropriações do corpo. Que até surtia efeito quando dizia para a Ruiva, dois anos depois que amava seus próprios heterônimos e não a ela, mas definitivamente não conseguia superar as limitações dessa vida pseudo-medíocre que queriam vender-lhe junto com os planos de saúde nas saídas do metrô.
E era tão simples, tão simples, como comprar um livro no sábado de manhã num sebo mal frequentado de Copacabana; e já não gastava mais do que quinze reais consigo mesmo, há alguns anos... Mas o inesperado de tudo isso, era recorrer aos instintos animais, a habituar-se ao inabituável e inesperado despertar do óbvio.
Como a freira que sim, como se não imaginasse deus, liberasse hormônios e algo mágico acontecia, como uma ereção ao inverso.
Falar muito é apenas se esconder dos demais. Tentar melhor é redundância.
Tentar é sempre o melhor.
Tentar sempre afasta os censores. Tentar é habituar-se aos auspícios animalescos, mesmo que a conversa com a ruiva seja indevidamente inapropriada ou isenta de talento.
Algo o impelia a repensar e ver em toda a situação mal explorada uma oportunidade.
Uma oportunidade para uma tragédia, uma deliciosa tragédia dionisíaca, regada à cinco ou seis guimbas de cigarro, a cinco ou seis reflexões sobre o que fazer com aquele caso passageiro, ou como montar um manual que ensinasse a abandonar aquele amor platônico em cinco, no máximo seis semanas; apesar do quê, três ou quatro semanas eram uma regra de campeão.
Escrevia melhor quando não tinha regras, quando cuspia nas normas, quando esquecia seus censores ocultos, que caminhavam e lhe convidam para festas, corações felizes que lhe encontravam no cotidiano da aula, no cotidiano da sala de estar, os censores no falso mezzanino do consultório médico, o cabaré acadêmico ou a igreja dos contras.
Quando pensava que escrevia apenas para si, e que ninguém além dele próprio iria ler os absurdos, aí sim, o novo surgia, o ousado brotava. E algumas pessoas, egocêntricas como de costume, achavam que poderiam descortinar vinte e cinco anos de segredo com uma lida casual... bobagens! Irônicos! Como um míssil de cinquenta milhões atravessando um país pobre no sul da África Meridional! Irônico.
Estava tudo ao alcance das decisões. Mas há um caminho irriquieto e sinuoso entre a decisão e a ação. Agir era sempre mais barato, mais rápido, mais fácil. Comprar café custava oitenta centavos! Mas puxar assunto com a ruiva do lado direito do balcão! Ah! Isto custava muito mais caro... muito mais...
Decidir envolve mobilizar. Mobilizar todos os músculos e vontades, dobrar a consciência, obrigar o corpo. E isto requer contingência, requer uma concordância cínica de todas as partes de si próprio, e concordância requer diálogo. E isto não era fácil! Um diálogo que está subordinado aos controles históricos, aos domínios e apropriações do corpo. Que até surtia efeito quando dizia para a Ruiva, dois anos depois que amava seus próprios heterônimos e não a ela, mas definitivamente não conseguia superar as limitações dessa vida pseudo-medíocre que queriam vender-lhe junto com os planos de saúde nas saídas do metrô.
E era tão simples, tão simples, como comprar um livro no sábado de manhã num sebo mal frequentado de Copacabana; e já não gastava mais do que quinze reais consigo mesmo, há alguns anos... Mas o inesperado de tudo isso, era recorrer aos instintos animais, a habituar-se ao inabituável e inesperado despertar do óbvio.
Como a freira que sim, como se não imaginasse deus, liberasse hormônios e algo mágico acontecia, como uma ereção ao inverso.
Falar muito é apenas se esconder dos demais. Tentar melhor é redundância.
Tentar é sempre o melhor.
Tentar sempre afasta os censores. Tentar é habituar-se aos auspícios animalescos, mesmo que a conversa com a ruiva seja indevidamente inapropriada ou isenta de talento.
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