terça-feira, 22 de abril de 2008

A assembléia I

Gastão falava com emoção. A sinceridade brilhava nos seus olhos, nos seus gestos, em sua voz. O chão de cimento batido, crespo abrigava o povo sentado, reunido; era sua vez de falar e todos ouviam com atenção. Fora das frágeis paredes de madeira, chuva, ladeira e ruas e vielas escuras: um bairro abandonado pelo deus das missas e das hipocrisias de final de semana, fazia frio, e aqueles homens e mulheres ali, debatendo.

- É preciso que nos organizemos companheiros. Um passo após o outro; e em breve uma longa jornada.

Não acreditavam em partidos; seus políticos eram alvos dos intervalos e das piadas. Marcaram outra assembléia, nos apertos de mão, esperança.

Todos ouviam Gastão com atenção, por que acreditavam em si próprios e era sua vez de falar.

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