Miguel gostava de transbordar todo singular em plural.
Quando lhe desejavam boa noite, ele respondia, boas noites, por que uma noite boa, não é de modo algum, suficiente para uma vida toda.
Seus amigos já conheciam esta obsessão, e não o incomodavam mais; decerto estranhavam, quando ao no final das conversas, diziam "vá com deus", Miguel os corrigia, por que um deus só, nunca é suficiente; e era melhor ter a proteção de vários, para agradar todas as religiões, mesmo as panteístas.
Para alguns, Miguel aparentaria ser um sistêmico, mas quando sentava no bar, jamais se contentava em pedir uma cerveja, quando diziam, "traz uma cerveja" aos garçons, ele imediatamente os corrigia, e aí a noite acabava como sempre, estatelada na singularidade de seus amigos e na pluralidade de Miguel.
Uma vez num comício quase apanhou; político safado não; políticos safados; e foi o suficiente para arrancar aplausos populares, latas voando e pescotapas de leões de chácara contratados por excusos e distintos candidatos.
Era tão polêmico quão, quando em sua habitual conversa de esquina com seus amigos, afirmava que não havia um ser humano e sim seres humanos.
Miguel e sua pluralidade, era motivo, digo, motivos de discussões, mas permanecia sobretudo singular quando lhe afirmavam que "tinham que lutar sozinhos por uma vida melhor para si", e aí afirmava sem vacilos, que tínhamos que lutar juntos por vidas melhores para todos."
Quando lhe desejavam boa noite, ele respondia, boas noites, por que uma noite boa, não é de modo algum, suficiente para uma vida toda.
Seus amigos já conheciam esta obsessão, e não o incomodavam mais; decerto estranhavam, quando ao no final das conversas, diziam "vá com deus", Miguel os corrigia, por que um deus só, nunca é suficiente; e era melhor ter a proteção de vários, para agradar todas as religiões, mesmo as panteístas.
Para alguns, Miguel aparentaria ser um sistêmico, mas quando sentava no bar, jamais se contentava em pedir uma cerveja, quando diziam, "traz uma cerveja" aos garçons, ele imediatamente os corrigia, e aí a noite acabava como sempre, estatelada na singularidade de seus amigos e na pluralidade de Miguel.
Uma vez num comício quase apanhou; político safado não; políticos safados; e foi o suficiente para arrancar aplausos populares, latas voando e pescotapas de leões de chácara contratados por excusos e distintos candidatos.
Era tão polêmico quão, quando em sua habitual conversa de esquina com seus amigos, afirmava que não havia um ser humano e sim seres humanos.
Miguel e sua pluralidade, era motivo, digo, motivos de discussões, mas permanecia sobretudo singular quando lhe afirmavam que "tinham que lutar sozinhos por uma vida melhor para si", e aí afirmava sem vacilos, que tínhamos que lutar juntos por vidas melhores para todos."
2 comentários:
Muito bom.
Digamos que achei o final um tanto que inesperado.
Miguel ouvia vozes.
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