quinta-feira, 3 de abril de 2008
Lúcia e Roberto: um casal agradável
(Roberto e Lúcia deitados num colchão, três da manhã, apartamento vazio no catete, geladeira com cerveja e alface.)
- Qual é a constituição do amor, da paixão Roberto?
- Não sei Lúcia, mas o tempo ajuda a constituí-los, não, este tempo nosso, mas um tempo bonito, um tempo subjetivado pelas nossas próprias sensações e emoções.
- Você me ama Roberto?
- Lúcia... minha querida Lúcia... se eu te dissesse que sim, seria óbvio demais... e o amor odeia obviedades...
- Você é um puto esquivo Roberto. Você me entendia.
- Lúcia...
- Diga.
- Busca uma cerveja pra mim.
- Vai pra merda Roberto. Que machismo.
- Machismo nada, eu busquei as últimas cinco, é sua vez.
- Estou falando do amor Roberto, tem como ser mais romântico?
- Claro.
- Então, pronto porra!, por que me pediu pra pegar mais cervejas?
- Por que preciso de mais romantismo. Pega mais pra mim por favor, tá atrás da garrafa de água amarela.
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