terça-feira, 3 de junho de 2008

O peso do mundo

Eu olhava nos teus olhos
E você, tão honesta
Reforçava a mesma impressão
Que tínhamos do mundo

Desigual, injusto, voraz...
Algo tinha de mudar

Quando fazíamos poesia
Fazíamos nas ruas, ao lado do povo
Da lama, da luta

E ainda assim, faltava-me fôlego
Fôlego que lhe sobrava
Toda vez que eu o buscava em teus olhos

Quando você foi embora
Não pude mais dividir
O peso do mundo
Com a tua presença

Só me sobraram a memória
As estrelas, e as calçadas, muitas sem vida

Neste ponto, e particularmente neste ponto
O mundo tornava-se muito mais injusto, desigual
E voraz
O peso do mundo aumentava

Eu esquecia meu socialismo libertário
E naquele momento, era só mais um
Mais um reclamão egoísta
Que nem me lembrava mais
Do peso, do peso do mundo

Um comentário:

Sugar Cake disse...

Bonito poema!
Fiz um blog me add.
Bjs.