Eu olhava nos teus olhos
E você, tão honesta
Reforçava a mesma impressão
Que tínhamos do mundo
Desigual, injusto, voraz...
Algo tinha de mudar
Quando fazíamos poesia
Fazíamos nas ruas, ao lado do povo
Da lama, da luta
E ainda assim, faltava-me fôlego
Fôlego que lhe sobrava
Toda vez que eu o buscava em teus olhos
Quando você foi embora
Não pude mais dividir
O peso do mundo
Com a tua presença
Só me sobraram a memória
As estrelas, e as calçadas, muitas sem vida
Neste ponto, e particularmente neste ponto
O mundo tornava-se muito mais injusto, desigual
E voraz
O peso do mundo aumentava
Eu esquecia meu socialismo libertário
E naquele momento, era só mais um
Mais um reclamão egoísta
Que nem me lembrava mais
Do peso, do peso do mundo
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Um comentário:
Bonito poema!
Fiz um blog me add.
Bjs.
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