domingo, 1 de junho de 2008

Multidão vazia de vozes internas

Eu converso comigo mesmo nesta noite fria e vazia.

Mas quem disse que estou sozinho nessa multidão de gente que consome meu hábito?

Roído pelo anonimato, minhas palavras ecoam distante, num vazio de letras indiferentes; não há piedade para o inédito, mas há cerveja farta por sobre a mesa.

Eu me embebedo para ignorar a multidão vazia, as letras indiferentes, os que consomem meu hábito e para claro, aguardar o inédito, mas nada chega, por que nada chega quando se realmente espera ou se trabalha para algo chegar.

O inédito é filho do acaso, e o acaso não perdoa a ferrugem de gente ansiosa.

Eu sento, choro, e durmo, não necessáriamente nesta mesma ordem de ficção.

[um bom título não faz um conto mediano]

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