sexta-feira, 13 de junho de 2008

Uma rotina siberiana

Quando acordo, sinto falta de algo. Mensurávelmente pobre e ridículo.
Um abraço, um afago, um beijo de despertar, que jamais surge, mesmo com o cotidiano tocando às seis horas da manhã.

Quando eu durmo, não sinto falta de nada, além de mim mesmo. Há um travesseiro na cama, um lençol velho; uma preguiça de pensar sobre si mesmo, e três ou quatro cervejas vazias sobre a mesa, em dias de moderação, em dias de pretérita moderação.

Quando eu não durmo e não acordo, sinto falta de algo. Que não sei bem mais o que é. Uma foto, uma presença, uma lembrança...

Eu não apelo ao afago, ao abraço, às cervejas, e nem mesmo rezo ao cotidiano...

Por que são todas provas ridículas de fugirem de algo que só encontrarei, em mim mesmo.

Nenhum comentário: