sexta-feira, 6 de junho de 2008

A carta de despedida

Tinha uma tarefa simples: escrever uma carta.

Sua carta não tinha destinatário, não no envelope, o atendente reclamava.

A destinatária existia, mas a carta nunca era enviada em seu nome.

E foi aí então, que o pobre remetente tornou se destinatário; na verdade sempre foi desta forma, mesmo que negasse vez ou outra diante da caneta e do papel.

Ele sempre fez tudo para si mesmo diziam as bocas: quando amava amava a si mesmo, quando escrevia para ela, escrevia na verdade para si próprio, quando cozinhava ou levava café da manhã, estava era agradando seu umbigo.

O correio não entendia, o carteiro ficava confuso e no final estava abarrotado de cartas que enviara para si mesmo.

A tarefa era simples e ainda assim ele(eles) resolveram complicar tudo, com a distância, com as cartas, enfim, com as coisas tortas e sem nexo de que são constituídos os correios.

Sim, pobres correios.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poxa, essa carta devia ter sido pra mim, e realmente ñ chegou, pq já estava até preocupada com seu sumiço... Abraço, Thaís