terça-feira, 14 de agosto de 2007

Multiplicidades

É preciso perder um pouco de si
Para atingir o que se deseja
Mas atingir o que?
Se quando chegar, já não serei mais o que era?

E o que eu desejo?
Se meus desejos
São obra de um eu que faz perder-me
Todos os dias dentro de mim!

Devo caminhar mais um pouco?
Para voltar a ser o que eu era?
Mas não há retorno algum neste mundo!
Em que nada volta ao seu estado original!

Deste ser que não é
Resta um amontoado de soma, de somos
Pedaços vorazes, que competem entre si
Pelo meu próprio domínio

Mas de que bela contradição
É feita a natureza humana!

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