O tempo passou ruiva.
E eu inevitávelmente tornei-me mais forte.
Confunda forte com frio, talvez seja algo parecido com o meu erro atual.
Conseguir ignorar certas coisas não me torna um cínico por completo, até porque seria uma rigidez demasiadamente injusta perceber-me desta forma, já que continuo realizando o incessante movimento do homem contra a máquina. Ainda não me entreguei ao meu oposto. Seria covardia, passividade, e você sempre cobrou de mim uma postura contrária aos valores vitorianos dos seus pais.
Mais forte implica em comentar que consigo caminhar com mais despreendimento entre os dentes, ou melhor sinceridade, até por que sinto-me mais humano, com um par de insônia no meio da semana, rodeado por gengivas sangrando uma liberdade estúpida, definitivamente estúpida.
Eu precisava de números, de letras, de metáforas para rechear sentimentos. Precisava de complexidade, apesar do que sou um simplório em busca de simples sentimentos: paixão, afeto, amizade. Tá bem. Não são tão simples! Mas eu os busco. Sim, definitivamente eu os busco e morreria, morreria repetindo palavras e frases ocas se me visse privado destes mecanismos tão simplórios, tão primitivos.
Desejo.
Ruiva, perdi muitas letras, muitos minutos em torno de entender a origem da confusão; metodologias equivocadas levam a sentimentos equivocados e vice-versa... deveria ter compreendido que parte da verborragia que me acomete nestes dias afetivos ou melhor dizendo, dias de falsa inspiração literária, são apenas fragmentos... fragmentos de um problema maior... e melhor.
Ruiva, sinto-me só, sinto-me forte com minha solidão tão providencial, sinto-me inútil para o ofício da escrita... sinto que não conseguirei escrever nada que valha a pena ser lido e isto não é a maldita psicologia reversa... eu realmente penso... e sinto este paradoxo invadir meu corpo, minha mente, enquanto recordo-me do dia do saxofone...
Você tinha prometido um amor eterno, éramos jovens, tudo era eterno, e aquele instante de certa maneira fora, mas eu iria mais a frente desistir deste horizonte de expectativas completamente contaminado pelo idealismo romântico que eu tanto adorava.
Já é tarde Ruiva e eu mal consigo terminar um ou dois textos, falta-me muita coisa da dor original.
Hoje sou apenas um espelho cinzento, mais racional(equilibrado talvez) e passional do que fui anteriormente.
Hoje eu durmo com os anjos, sofro de insônia e como cacos de vidro, cacos de vidro da minha auto-ilusão enquanto percebo o castelo de cartas ruir. Torço... torço para que as colunas certas caiam... e que eu consiga na sobrevida que me for necessária(pois já estou condenado ao fracasso) realizar últimas e belas palavras.
E isto tudo Ruiva. Isto tudo.
Foi por que eu lhe amei. Apesar do tempo curto. Apesar de tudo.
E hoje eu sei, que eu amava uma merda de uma imagem. Uma imagem linda.
E eu inevitávelmente tornei-me mais forte.
Confunda forte com frio, talvez seja algo parecido com o meu erro atual.
Conseguir ignorar certas coisas não me torna um cínico por completo, até porque seria uma rigidez demasiadamente injusta perceber-me desta forma, já que continuo realizando o incessante movimento do homem contra a máquina. Ainda não me entreguei ao meu oposto. Seria covardia, passividade, e você sempre cobrou de mim uma postura contrária aos valores vitorianos dos seus pais.
Mais forte implica em comentar que consigo caminhar com mais despreendimento entre os dentes, ou melhor sinceridade, até por que sinto-me mais humano, com um par de insônia no meio da semana, rodeado por gengivas sangrando uma liberdade estúpida, definitivamente estúpida.
Eu precisava de números, de letras, de metáforas para rechear sentimentos. Precisava de complexidade, apesar do que sou um simplório em busca de simples sentimentos: paixão, afeto, amizade. Tá bem. Não são tão simples! Mas eu os busco. Sim, definitivamente eu os busco e morreria, morreria repetindo palavras e frases ocas se me visse privado destes mecanismos tão simplórios, tão primitivos.
Desejo.
Ruiva, perdi muitas letras, muitos minutos em torno de entender a origem da confusão; metodologias equivocadas levam a sentimentos equivocados e vice-versa... deveria ter compreendido que parte da verborragia que me acomete nestes dias afetivos ou melhor dizendo, dias de falsa inspiração literária, são apenas fragmentos... fragmentos de um problema maior... e melhor.
Ruiva, sinto-me só, sinto-me forte com minha solidão tão providencial, sinto-me inútil para o ofício da escrita... sinto que não conseguirei escrever nada que valha a pena ser lido e isto não é a maldita psicologia reversa... eu realmente penso... e sinto este paradoxo invadir meu corpo, minha mente, enquanto recordo-me do dia do saxofone...
Você tinha prometido um amor eterno, éramos jovens, tudo era eterno, e aquele instante de certa maneira fora, mas eu iria mais a frente desistir deste horizonte de expectativas completamente contaminado pelo idealismo romântico que eu tanto adorava.
Já é tarde Ruiva e eu mal consigo terminar um ou dois textos, falta-me muita coisa da dor original.
Hoje sou apenas um espelho cinzento, mais racional(equilibrado talvez) e passional do que fui anteriormente.
Hoje eu durmo com os anjos, sofro de insônia e como cacos de vidro, cacos de vidro da minha auto-ilusão enquanto percebo o castelo de cartas ruir. Torço... torço para que as colunas certas caiam... e que eu consiga na sobrevida que me for necessária(pois já estou condenado ao fracasso) realizar últimas e belas palavras.
E isto tudo Ruiva. Isto tudo.
Foi por que eu lhe amei. Apesar do tempo curto. Apesar de tudo.
E hoje eu sei, que eu amava uma merda de uma imagem. Uma imagem linda.
Um comentário:
eu pensei em destacar trechos q me tiraram o fôlego, pensei em elogiar com adjetivos não tão comuns, mas... não deu. Me deixou sem palavras...
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