E quando eu bebi vodka pela primeira vez, senti o mesmo gosto amargo que senti, quando tua boca deglutiu minha alma.
Eu não procurei, definitivamente não procurei, razões para que você no alto de sua prepotência pudesse me dizer aquelas palavras duras.
Mas eu disse, e você confirmou, que se eu ainda pudesse sentir dor, aquele seria um dia realmente especial. E você comentou, decerto com mais propriedade, que eu nunca mais me esqueceria daquela data.
Confortei-me com o nada, embalava o absurdo diante de seus olhos, você não dormia, mas não estava própriamente acordada, apesar do quê, eu sabia, íntimamente sabia, que você espiava cada ação. Cada beijo meu, era marcado, medido, pesado, sentido, sem a necessidade de uma resposta.
A resposta era nosso silêncio.
Eu provocava teu corpo na cama e você dizia, erótico. Eu mordia teu lábio, você se contorcia; nos julgávamos depravados...
Eu provocava na rua, no banco, com a carta ou pelo telefone e você dizia, erótico demais. Demais.
Dizia sem dizer, sem saber, sem pensar realmente qual palavra escolher, por que palavras não são a exata descrição da realidade. São só palavras. E normalmente já muito apodrecidas pela história.
Você descrevia-me com os olhos. Conversávamos com o olhar e os horizontes de expectativas envoltos nas mesmas trevas, no mesmo absurdo. Quando seus olhos mudaram, quando seus cabelos ficaram mais curtos; eu resolvi que não tinha muito tempo, que as coisas caminhavam rápido demais. E era hora de andar sem rumo.
Eu escrevi cinco ou seis cartas, mas eu logo me enjoava, por que eu não conseguia mais agarrar a veracidade dos teus olhos. Teu corpo falava e clamava perdão, mas o destino tinha suas próprias dinâmicas.
Eu retornei ao velho banco de praça, mas ele já tinha mudado. As cartas pareciam iguais, por que eu conseguia resgatar o passado, e tinha a extrema capacidade de resgatar toda a emoção.
Boa memória emocional, péssima escolha de vida...
E eu então resolvi aguardar. Talvez o tempo pudesse resolver(meu) nosso impasse.
Eu não procurei, definitivamente não procurei, razões para que você no alto de sua prepotência pudesse me dizer aquelas palavras duras.
Mas eu disse, e você confirmou, que se eu ainda pudesse sentir dor, aquele seria um dia realmente especial. E você comentou, decerto com mais propriedade, que eu nunca mais me esqueceria daquela data.
Confortei-me com o nada, embalava o absurdo diante de seus olhos, você não dormia, mas não estava própriamente acordada, apesar do quê, eu sabia, íntimamente sabia, que você espiava cada ação. Cada beijo meu, era marcado, medido, pesado, sentido, sem a necessidade de uma resposta.
A resposta era nosso silêncio.
Eu provocava teu corpo na cama e você dizia, erótico. Eu mordia teu lábio, você se contorcia; nos julgávamos depravados...
Eu provocava na rua, no banco, com a carta ou pelo telefone e você dizia, erótico demais. Demais.
Dizia sem dizer, sem saber, sem pensar realmente qual palavra escolher, por que palavras não são a exata descrição da realidade. São só palavras. E normalmente já muito apodrecidas pela história.
Você descrevia-me com os olhos. Conversávamos com o olhar e os horizontes de expectativas envoltos nas mesmas trevas, no mesmo absurdo. Quando seus olhos mudaram, quando seus cabelos ficaram mais curtos; eu resolvi que não tinha muito tempo, que as coisas caminhavam rápido demais. E era hora de andar sem rumo.
Eu escrevi cinco ou seis cartas, mas eu logo me enjoava, por que eu não conseguia mais agarrar a veracidade dos teus olhos. Teu corpo falava e clamava perdão, mas o destino tinha suas próprias dinâmicas.
Eu retornei ao velho banco de praça, mas ele já tinha mudado. As cartas pareciam iguais, por que eu conseguia resgatar o passado, e tinha a extrema capacidade de resgatar toda a emoção.
Boa memória emocional, péssima escolha de vida...
E eu então resolvi aguardar. Talvez o tempo pudesse resolver(meu) nosso impasse.
Um comentário:
"Boa memória emocional, péssima escolha de vida..."
entre outros trechos dignos de nota.
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