Numa noite que não significava nada, e que nada tinha a dizer além dos personagens, coisas aconteciam e as estrelas nem por isso deixavam de se esconder.
A noite resolveu não citar nomes.
Uma mulher às quatro e cinquenta desgostosa do namorado, bêbada e patética por ter encontrado um homem não tão retangular como de costume, resolveu chamar sete gorilas amigos, que a carregaram, pagaram mais cervejas e levaram a desgostosa bêbada, e patética para o acalento do machismo, do namorado e dos próprios símios, desgostosos com eles próprios, mas profundamente acalentados pelo namorado traído.
Um namorado traído por si mesmo, que juntava uma bêbada não tão patética e sem álcool, fazendo serviço na Barata Ribeiro em Copacabana, e que ganhava a vida atraindo gorilas, apesar de acabar com a antropologia de boteco em noventa por cento dos casos quando era obrigada a foder com força aqueles homens tão machos, travestia-se e era assim sua vida, uma vida bandida.
Travestida, a andrógena linda e amorosa optava ou por novas regras gramaticais que lhe aplicassem gêneros simultâneos ou ainda assim, conseguia optar sóbria, por uma conversa racional e decente(!), onde os conselhos salvariam um macho, uma fêmea e um amontoado de polietileno, que inevitávelmente chocariam-se no meio da avenida Brasil caso a andrógena não intervisse junto com o destino.
Conselhos de bicha.
Um macho sensível, não tão macho por ser sensível, esbaldava-se numa boate fêmea quando ele sabia que aquele lugar travestia-se de macho; onde até as mulheres masculinizavam-se ignorando-se e ignorando umas as outras, e uns aos outros, onde o que valia realmente eram as relações de poder e não o sexo do sujeito ou sujeita envolvida e sujeitada.
O sadismo vinha com a comanda e podia ser pago à vista ou com sete cheques parcelados, desde que o gênero constasse no verso daquela cartolina mal ajambrada.
No final da noite, o macho sensível encontrara um cavalo, um cachorro e outras forças da natureza que acabaram lhe descrevendo a noite sem necessidades de descrever poesias infantis.
O mundo animal lhe bastava.
Andrógenos eram todos sob a cerveja masculina do poder.
A noite resolveu não citar nomes.
Uma mulher às quatro e cinquenta desgostosa do namorado, bêbada e patética por ter encontrado um homem não tão retangular como de costume, resolveu chamar sete gorilas amigos, que a carregaram, pagaram mais cervejas e levaram a desgostosa bêbada, e patética para o acalento do machismo, do namorado e dos próprios símios, desgostosos com eles próprios, mas profundamente acalentados pelo namorado traído.
Um namorado traído por si mesmo, que juntava uma bêbada não tão patética e sem álcool, fazendo serviço na Barata Ribeiro em Copacabana, e que ganhava a vida atraindo gorilas, apesar de acabar com a antropologia de boteco em noventa por cento dos casos quando era obrigada a foder com força aqueles homens tão machos, travestia-se e era assim sua vida, uma vida bandida.
Travestida, a andrógena linda e amorosa optava ou por novas regras gramaticais que lhe aplicassem gêneros simultâneos ou ainda assim, conseguia optar sóbria, por uma conversa racional e decente(!), onde os conselhos salvariam um macho, uma fêmea e um amontoado de polietileno, que inevitávelmente chocariam-se no meio da avenida Brasil caso a andrógena não intervisse junto com o destino.
Conselhos de bicha.
Um macho sensível, não tão macho por ser sensível, esbaldava-se numa boate fêmea quando ele sabia que aquele lugar travestia-se de macho; onde até as mulheres masculinizavam-se ignorando-se e ignorando umas as outras, e uns aos outros, onde o que valia realmente eram as relações de poder e não o sexo do sujeito ou sujeita envolvida e sujeitada.
O sadismo vinha com a comanda e podia ser pago à vista ou com sete cheques parcelados, desde que o gênero constasse no verso daquela cartolina mal ajambrada.
No final da noite, o macho sensível encontrara um cavalo, um cachorro e outras forças da natureza que acabaram lhe descrevendo a noite sem necessidades de descrever poesias infantis.
O mundo animal lhe bastava.
Andrógenos eram todos sob a cerveja masculina do poder.
3 comentários:
deixe algum contato ou telhado de vidro para diálogo, adoro diálogos classe-média, odeio monólogos.
É, hoje eu estava a fim de um diálogo. Ainda bem que você também.
E é engraçado que o que eu vim dizer, com tanta sabedoria, fugiu.
Mas era algo que soava apropriado para essa minha falta de jeito com as palavras...
Ainda vêm nos dizer que tudo se renova. Continua a mesma porcaria.
contato: http://www.uniblog.com.br/contosdalory/
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