terça-feira, 16 de setembro de 2008

Tardes Vazias

A fase da introspeção não é indiferença, talvez nem tristeza.

Não é nada em particular, é apenas atrito.

Esperando desastres ou milagres. Esperando algo que pontue o cotidiano.

O tempo precisa ser marcado.

Falta algo e eu sei.

Os fios de cabelo envelhecem. E daqui a dois sábados planejei um porre, para mudar o cotidiano.

O álcool não é mais divertido, quando não se tem a segurança do lar.

O atrito é silencioso, pessoal, intransferível.

Ocupar alguns espaços sempre é bom, quando se tem vazio demais para oferecer. Um vazio voraz que sempre clama por mais espaço, por mais milagres, enquanto a matéria envelhece, o corpo pensa.

Exigências nunca me fizeram mudar o rumo. Não trocaria o atrito por uma vida sem vazios.

Os vazios me enchem; intransferíveis, pessoais, pontuam cotidianos, oferecem algo que eu nunca tenho mas sempre busco.

É um horizonte vermelho: e já que eu escolhi o vazio que me escolheu, posso me dar o direito de me mostrar assim: introspectivo.

Nem indiferente, nem coerente com as expectativas do outrém. Nem quente, nem frio, apenas engolido, engolido pelo vazio.


2 comentários:

Anônimo disse...

Os vazios me enchem; intransferíveis, pessoais, pontuam cotidianos, oferecem algo que eu nunca tenho mas sempre busco.

Fodá!

Eliza (Biii) disse...

gostei.