Dobrei-me...
Como um origami emocional
Criei camadas de vida
Voei, espalhado pelo vento
Como um barco sem horizonte
Despedacei-me no mar
E vi que a felicidade
Estava na minha mão
A alegria era uma folha de papel
Eu a dobrei como um envelope
E coloquei recortes de revista
E dúvidas de jantar em seu interior
Comi desatinos e engoli timoneiros
Sem pensar, sem sonhar
Que a água que eu outrora bebi
Iria dessa vez, me afogar
Liguei o rádio
Mas não havia estação
Olhei para o sol
E ainda era verão
Gritei ao som do enfado
E não entendia...
Por que naquela maldita quinta feira
O meu olfato sentia cheiro de morte
Dancei, dancei, dancei ao som da música
Sem saber, que não se baila
Com um caixão em uma das mãos
Olhei para o horizonte
A vida era algo normal
E o meu normal, não dizia nada
Para seis bilhões de pessoas
Bebi cervejas no escuro
E achei que iria me curar
De algo que nunca tive
Costurei falsos caminhos
E só percebi
Que no palco do teatro
O ator sim, o ator era vossa senhoria
Vossa senhoria! O eu!
quinta-feira, 27 de março de 2008
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