Sob o metrô, andava de um lado ao outro, escondendo o coração do outro lado do peito.
Sob às roupas fingia normalidade, normalidade entre os tons.
Compreendia apenas a linguagem que o traduzia.
Reunido na oposição afeto e cinismo, sentia um medo terrível e profundo, que costumava digerir o equilíbrio de cinco ou seis respirações yogas; e que ainda assim eram totalmente submetíveis à tristeza, um medo da vida.
Quando a paisagem irrompia, podia olhar para os vales, os morros, os prédios e os transeuntes sem olhos, por que eles não pagavam esses olhares gratuitos; mas quando os túneis ou os muros cinzas do subterrâneo do metrô percorriam-no, assim sem pagar passagem, ele era obrigado a olhar cada história de vida, esparramada no banco, com seus trejeitos que não apitavam, mas sob as roupas, fingiam também suas normalidades, apesar de saber que tudo aquilo ali era falso.
Abandonado, esta áspera existência parecia-lhe um caminhar longo e interminável.
Sem propósito.
Desmedida. Descomedida. Abrupta e insensata. Sem sentido.
Ele podia estar errado, mas o dicionário só dava nome à coisas, pois era um analfabeto de emoções.
As coisas, estas, só davam nome às pessoas. E as pessoas, as pessoas eram escravas das coisas.
E ele, ele, este simples; não buscava nada, ele era apanhado, e fingia normalidade, assim; entre os tons... entre as opiniões que o guardavam.
Sua nova religião era a esperança; fingia que não, mas era, e era como todo fiel, um crente que não desistia; e esperava, esperava a ruiva até o fim, até amanhecer assim, com o copo vazio, com a ressaca, com a culpa ou a desesperança enchendo seus pulmões.
Não perdia o amor, a ternura, a esperança; de um alguém que não esquece qual lado se guarda o coração, de qual lado se finge, de qual lado se caminha dentro da normalidade, de alguém que tinha sensibilidade para compreender o que era dito.
Alguém que preferia o silêncio ao amor. O tempo à surpresa. O passado ao ingrato presente.
A peça que pequeno-burguesa não se encaixava e que às vezes um ou outro malicioso, no descanso da rotina e que despertado por medo, justiça ou inveja, a nomeava, cambaleante como uma terça-feira normal, respondia...
Respondia a pergunta feita, e era assim, do jeito calado, vilão ou profeta.
O malicioso de sorriso curto cansava, e ele dormia, ele dormia, ele acordava sem medo, sem palavras. Nem ódio, nem paixão. Nem sorriso, nem cor.
Nem lágrimas tinha.
Era um "ir haver".
Caminhava. Sem propósito, pois o propósito, mesmo oculto, era caminhar, mesmo vilão, mesmo profeta, cuja ternura amanhecida nesse seu rosto de cabelos lisos fazia-o assim, inquilino de um coração, que ficava do outro, do outro lado do peito.
Este, o que não dormia.
Sob às roupas fingia normalidade, normalidade entre os tons.
Compreendia apenas a linguagem que o traduzia.
Reunido na oposição afeto e cinismo, sentia um medo terrível e profundo, que costumava digerir o equilíbrio de cinco ou seis respirações yogas; e que ainda assim eram totalmente submetíveis à tristeza, um medo da vida.
Quando a paisagem irrompia, podia olhar para os vales, os morros, os prédios e os transeuntes sem olhos, por que eles não pagavam esses olhares gratuitos; mas quando os túneis ou os muros cinzas do subterrâneo do metrô percorriam-no, assim sem pagar passagem, ele era obrigado a olhar cada história de vida, esparramada no banco, com seus trejeitos que não apitavam, mas sob as roupas, fingiam também suas normalidades, apesar de saber que tudo aquilo ali era falso.
Abandonado, esta áspera existência parecia-lhe um caminhar longo e interminável.
Sem propósito.
Desmedida. Descomedida. Abrupta e insensata. Sem sentido.
Ele podia estar errado, mas o dicionário só dava nome à coisas, pois era um analfabeto de emoções.
As coisas, estas, só davam nome às pessoas. E as pessoas, as pessoas eram escravas das coisas.
E ele, ele, este simples; não buscava nada, ele era apanhado, e fingia normalidade, assim; entre os tons... entre as opiniões que o guardavam.
Sua nova religião era a esperança; fingia que não, mas era, e era como todo fiel, um crente que não desistia; e esperava, esperava a ruiva até o fim, até amanhecer assim, com o copo vazio, com a ressaca, com a culpa ou a desesperança enchendo seus pulmões.
Não perdia o amor, a ternura, a esperança; de um alguém que não esquece qual lado se guarda o coração, de qual lado se finge, de qual lado se caminha dentro da normalidade, de alguém que tinha sensibilidade para compreender o que era dito.
Alguém que preferia o silêncio ao amor. O tempo à surpresa. O passado ao ingrato presente.
A peça que pequeno-burguesa não se encaixava e que às vezes um ou outro malicioso, no descanso da rotina e que despertado por medo, justiça ou inveja, a nomeava, cambaleante como uma terça-feira normal, respondia...
Respondia a pergunta feita, e era assim, do jeito calado, vilão ou profeta.
O malicioso de sorriso curto cansava, e ele dormia, ele dormia, ele acordava sem medo, sem palavras. Nem ódio, nem paixão. Nem sorriso, nem cor.
Nem lágrimas tinha.
Era um "ir haver".
Caminhava. Sem propósito, pois o propósito, mesmo oculto, era caminhar, mesmo vilão, mesmo profeta, cuja ternura amanhecida nesse seu rosto de cabelos lisos fazia-o assim, inquilino de um coração, que ficava do outro, do outro lado do peito.
Este, o que não dormia.
2 comentários:
Enquanto não tenho dinheiro para pagar terapia, seu blog vem quebrando um puta galho.
Acho q gostei, gostei discordando de muita coisa, mas gostei.
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