sábado, 23 de dezembro de 2006

Caravela do amor

Odeio traduzir poesias... mas esta fala de paciência, de deixar as coisas fluírem sem acomodar-se no entanto, de esperar e agarrar os momentos certos. O amor não chega num porto como um barco e nem está parado numa ilha. Ele apenas acontece com o movimento do mar e do marinheiro.

No horizonte interminável e pleno da vida
O marinheiro solitário embarca seus sonhos
Pelos olhos fixos despejados
Na moldura profusa do amanhecer despido
Dos quentes grãos de areia da praia das ilusões

O lenço vermelho e negro, esvoaçante
Amarrado nas velas da corveta da liberdade
Aponta obtusos caminhos dos cardeais
Do sol, do norte, do sul, do oeste
O viajante entediado e ansioso
Por soprar suas velas
Ao primeiro porto que o aguarda
Com o tempo rígido das navegações
Aprende que não é o navegante jocoso que dita o mar
O capricho do céu fluido do líquido da vida
É que dá ao pesqueiros e a pesca os tomados fachos da sorte

Aguarda que ela vem, velho guerreiro!
Navega sem pensar que o mar te pertence
Navega sem pensar que a terra te aguarda
Ou que o vento está contra ou a favor de tua pessoa
O mar, o ar e a terra apenas são
Apenas seja
E quando mal perceberes
Tua caravela do amor girará a estibordo
Para enfim com um sorriso do sol te buscar

5 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo!
Sentindo sua falta viu! Não esqueci seu depoimento de aniversário, to só esperando coincidir tempo e inspiração! Bjão*.* Thaís

Fernando Beserra disse...

Fiat lux!

Anônimo disse...

O Amor não acontece quando não se faz por onde.
você tem de lutar pra que ele aconteça .
Sei bem q é piégas, mas é uma verdade :/
Vai! toma o teu homem!
e boa sorte.

JH disse...

a sabedoria do não-agir.
desafiante para nossas existências demasiadamente ocidentais...

Anônimo disse...

Bem legal o poema!!

=***