A hora nos vence. Os ponteiros nos dobram.
A falta de luz então nos derrota, assim, como num comentário que nem tentou ser poético, mas foi. Foi sem saber, e só soube quando da rotina alguém escutou e guardou aquilo ali: a poesia, os ponteiros dobrados, a hora vencida, que aquilo tudo, aquele todo incoerente, enfim fez sentido.
Foi assim, naquele terceiro trago, depois da pigarreada sutil, mas estúpida, que ele dobrou a poesia, guardou no bolso, tomou a rotina, e foi ali, foi além, ali onde apenas a cerveja fazia sentido.
Ele, de cabelos e de vontade mais curtos, completamente desgrenhado de valores, permitiu na pior quinta-feira do ano, sentir saudade e tensão.
Comia ansiedade, mastigava a angústia no canto da boca daquele siso que doía; seus pés não paravam de tocar uma bateria imaginária, e as mãos irriquietas tamborilavam a mesa, cheia de papel-carbono e situações limítrofes.
Dependente.
E aí, bem ali, na frente dos ponteiros dobrados algo se revelou, e ele acordou, assim sem poesia.
- Próximo! Pró-xi-mo!
Três horas da tarde, logo logo, este banco maldito fecha.
E os ponteiros, vão me dobrar.
A falta de luz então nos derrota, assim, como num comentário que nem tentou ser poético, mas foi. Foi sem saber, e só soube quando da rotina alguém escutou e guardou aquilo ali: a poesia, os ponteiros dobrados, a hora vencida, que aquilo tudo, aquele todo incoerente, enfim fez sentido.
Foi assim, naquele terceiro trago, depois da pigarreada sutil, mas estúpida, que ele dobrou a poesia, guardou no bolso, tomou a rotina, e foi ali, foi além, ali onde apenas a cerveja fazia sentido.
Ele, de cabelos e de vontade mais curtos, completamente desgrenhado de valores, permitiu na pior quinta-feira do ano, sentir saudade e tensão.
Comia ansiedade, mastigava a angústia no canto da boca daquele siso que doía; seus pés não paravam de tocar uma bateria imaginária, e as mãos irriquietas tamborilavam a mesa, cheia de papel-carbono e situações limítrofes.
Dependente.
E aí, bem ali, na frente dos ponteiros dobrados algo se revelou, e ele acordou, assim sem poesia.
- Próximo! Pró-xi-mo!
Três horas da tarde, logo logo, este banco maldito fecha.
E os ponteiros, vão me dobrar.
2 comentários:
huauha
como é terrível
uma bela imagem terrível
a identificação dói,
a ausência dói em dobro..
Eu fiquei pensando..
talvez o pior - e talvez o melhor - de sair de determinado tempo é que é impossível voltar do mesmo modo... o pior é adaptar-se novamente, missão para o Rambo...
o pior são os tratores...
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